Os jornais de referência ficam sempre embaraçados quando editam «mensagens» que são, afinal publicidade à prostituição. Divididos entre um princípio editorial [o do respeito pela dignidade da mulher] e um interesse financeiro [o viverem dos anúncios, sejam lá quais forem] lá tentam esconder a oferta, através da linguagem discreta dos anúncios. Claro que há sempre a ostensiva «brasileira, morenaça, boazona, fogosa, completa»; mas há também, «os lábios como lírios, os seios frutos novos para serem contemplados». É toda uma arte estilística ao serviço do que se sabe. «Começa no falar doce», diz um anúncio de hoje. Pois calculamos que sim, sem sombra de dúvida.