Sejam compreensivos os que me viram ir abrindo e encerrando blogs e me surpreendam agora aqui. Foi nessa ânsia fazedora que encontrei talvez o modo mais lógico de me exprimir, supondo-o este. «A Revolta das Palavras» padeceu de ser a continuação de uma crónica jornalística homónima, na qual os leitores esperavam uma atenção ao real da vida e ao surreal da política que o autor não conseguia satisfazer. «O mundo em gavetas» era a expressão de um personagem, ensimesmado e revoltoso na sua passividade neurótica. «O Marceneiro Místico», uma tentativa, impossível de concretizar, a de erigir uma espiritualidade simbólica, sem religião. Tudo isso deu, afinal, em nada. Diminuído pelos equívocos que tudo engendrou, julguei [se não jurei] que não voltaria à blogoesfera, salvo num blog que, por razões profissionais, alimento agora com regularidade, depois de três meses de anemia, o «Patologia Social». Confesso que não consegui resistir ao mutismo compulsivo. Não que exija leitores, mas qual preso numa cela solitária, reclamo apenas papel para escrever. Voltei, pois. Não prometo nem espero, escrevo. Apenas isso.