Ana, a personagem de Clarice Lispector no seu conto «Amor» acabou por «descobrir que também sem felicidade se vive». Antes era «uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável». Vi esta noite, ao chegar a casa que começara a ler o livro, sem o ter terminado e, afinal, sem o ter compreendido. Voltei a ele, tal como ela, com «o prazer intenso com que olhava agora as coisas, sofrendo espantada». A diferença, é que esse novo saber sentido em Ana fora um lar quem «perplexamente lhe dera».