A Bertrand, sem vergonha, deixa esgotar Mestre Aquilino e nem sequer o reedita. Só num alfarrabista consegui encontrar «Um escritor confessa-se», a sua auto-biografia, escrita em 1972, de que me ficou um exemplar num momento da minha vida desfeita. Tem, na edição de 1974, em que o adquiri agora, um prefácio do José Gomes Ferreira, notável pela ironia, a brincar consigo próprio, ele o «aprendiz das letras», a imaginar o livro e o seu intróito numa promoção que dissesse «inútil nota preambular de José Gomes Ferreira postfaciada por 400 páginas de Aquilino Ribeiro». Como este mundo de comedimento morreu, substituído pela impante arrogância, de pomposos prefaciadores de obras que nunca seriam sequer capazes de esboçar.