Lembro-me que vinha no avião de Dili, o motor ao meu lado a intranquilizar-me com o seu ronronar incerto, a lê-la. Depois recomendei a leitura. Neste mundo improvável e de seres longínquos há sempre uma criatura com uma vida diária de «Que é que ela tem? Alguém perguntou com uma curiosidade negligente». Vinha a ler essa folha, precisamente quando a lembrança surgiu. São os «Laços de Família», da Clarice Lispector. A narrativa em que «a uma coisa bonita faltava o gesto de a dar».