Graças ao meu amigo que lá se ficou pelo Oriente fatal, continuo a ler o Wenceslau de Moraes, de que ele me envia, pelo correio, livro a livro, todos os que estão a ser editados em Macau evocativos da sua extraordinária obra. Estive ontem com um dos seus contos, em torno de um provérbio japonês. Escreve-se, em grafia ocidental, «Au Wa wakaré no hajimé» e traduz-se, diz Moraes, em versão livre como «o encontro é o começo da separação».
Curioso não é a natureza budista desta frase, mas sim, que, ante ela, e colocado perante o confrangedor princípio segundo o qual «se quiseres evitar a separação, evita o encontro», ele nos anuncie, com aquela candura triste que a velhice traz que «em assuntos de amor, eu creio mais nas borboletas do que em Buda».