13.4.08

Sentimentos e qualidades

Esta noite encontrei enfim numa Bertrand, ali na Rua de Viriato, «O Homem sem Qualidades», que sabia iria ser publicado este mês, a partir da tradução do original alemão feita pelo João Barrento e que já procurara em vão. Ora eu a julgar que sairia no imediato um só volume, eis dois tomos, o primeiro muito espesso, tudo junto um esforço de perder fôlego e o Musil não se pode ler em passo de corrida, porque aperta o coração e esfalfa os sentimentos. Eis-me, por isso, agora em casa, desesperado, a olhar para eles, estes dois paralelipípedos de papel, e um terceiro ainda virá, sem saber quando me será possível ler o que neles se contém.
Amanhã pela manhã, regressa a rotina e vou ter de acordar de madrugada. Talvez devesse ler, antes de dormir, um texto auto-biográfico que o Eugénio Lisboa escreveu para o JL. Traz dele uma fotografia, oficial miliciano no Quartel em Portalegre como que a explicar porque há nele tanto do José Régio.
Mas estou cansado. Deveria ter começado a escrever, nem ler consigo.