Há na Travessa do Monte um restaurante de comida indiana, em frente do qual está plantada uma agência funerária cujo letreiro a anuncia aberta vinte e quatro horas por dia.
Ora vinha ainda meio azamboado da conjunção gastronómico-funerária quando, ao olhar para trás, num gesto instintivo, como se a da foice me seguisse da casa de pasto para a casa mortuária, vi, na parede de uma casa que se está a afundar num obliquar perigoso, a escada exterior já a fazer um ângulo que desafia a força centrípeta, este mimo de inscrição: «amores, calores, rumores e sabores».
Cheguei ao Largo que se chama da Graça, sem ter achado graça nenhuma. Pela tarde parou-me a digestão e uma dor de cabeça tomou conta de mim.