9.4.09

Agradecimento

Quase acabei a leitura, aos poucos, do volume de cartas que Wenceslau de Moraes escreveu a Alfredo Ernesto Dias Branco.
É uma compilação de nostalgias. Fala do drama individual e de uma tragédia colectiva. Está ali um português e Portugal. Ambos tristes.
Exilado da vida, vivendo agora só, Moraes deixa que a Natureza se encarregue dele. A propósito de uma fotografia em que aparece com «barbas de farricôco» escreve este momento de fina ironia: «eu que sempre embirrei em entregar o cabelo e as barbas ao cuidado de mãos que não pudesse beijar em agradecimento no fim da operação; por isto só frequentei barbeiros em caso de força maior».