Os professores sabem-no. De entre a massa indiscritível uns olhos brilham ao que se diz. Para alguém faz diferença o estarmos ali, se não pelo que somos, pelo menos pelo que fazemos sentir. Passa-se o mesmo com a literatura. E, no entanto, é sempre como se da primeira vez a consciência de que para alguém tivémos um mínimo de importância. Sabem-no também os pintores de tabuletas, literatos do prático, amigos do esclarecimento: «Cuidado, um comboio pode esconder outro!». É o mesmo na vida. Para fugirmos do rápido especial de passageiros, atropela-nos a composição ronceira de mercadorias, o vagão J da rotina ferroviária.