Fui ontem lá jantar e à saída, com a amabilidade discreta de quem até no oferecer é amigo, estendeu-me o livro: tinha tido uma modesta tiragem de trezentos exemplares, em oitavo, em 1967, impresso modestamente em Alcobaça. São os «Textos Locais» do Luiz Pacheco, de seu nome completo Luiz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco. Tenho-os aqui comigo. É um livro triste, como esta tarde fria, em que se sai à rua só mesmo para nos apetecer voltar para casa. Num post-facio à obra Serafim Ferreira chama a Pacheco «uma alma sem inquilinos». É uma boa definição; no caso, porém, uma alma por alugar, sem escritos na janela.