Eu não sei se consiga ou deva, mas lá vou lendo, furioso comigo, o livro de «memórias» da Maria Filomena Mónica. Para não desistir de vez, saltei-lhe a parte da infância e da adolescência. Há minutos, quando interrompi a leitura, tinha ela descoberto o Vasco Pulido Valente e eu tinha ficado a saber por ela que ele «usava soquetes curtos», dado fundamental que explica afinal muita coisa que eu não compreendia. Antes disso, ainda li uma frase que sublinhei. Era a propósito da «avó Maria» e da «Ti-Mi e a Ti-Lú» e a frase dizia assim: «Nenhuma tinha marido ou, se os tinham, guardavam-nos longe». Ora aí está a fórmula mágica para se salvar a felicidade matrimonial: longe da vista e, se possível, do coração! E não me digam que não vale a pena o esforço irritante de se lerem livros írritos!