18.7.08

Faz impressão, eu sei

Uma tipografia erra e no livro a lombada fica por imprimir. A tipografia assume a culpa e aceita fazer novas capas, a lombada desta vez, enfim, impressa.
Tudo se resolve menos isto: os amigos que, tendo acorrido à apresentação do livro, foram generosos, levaram para casa livros únicos, estranhos, que se tornarão raridades face à edição oficial, a expurgada do erro, em que está tudo a que uma pessoa tem direito num livro.
É embaraçoso, pois já que um livro é um amontoado de letras que se pagam, ao menos que os leitores levem, em troca do que se lhes esportulou, o alfabeto todo, em caixa alta e em caixa baixa, na capa, contra-capa, miolo, badana e, claro, na lombada! Letras comidas, só na sopa.
Mas pronto! Não se aceitam devoluções! Há quem faça tiragens numeradas, limitadas, só para os eleitos. É o caso. Esta tem uma originalidade que a distingue das correntes: o chic da lombada vazia. E assim, em vez do nome do autor, escrevam o vosso, à mão que seja. Não é que outro dia alguém me dizia, sabia você que comprar um livro é apenas adquirir o direito de o ler e nada mais? Atenção, pois, nada de rasgar. Os meus advogados processam-vos!